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Quero. Mas não consigo. Ou não posso? Ou não quero???

  • Foto do escritor: Mônica Blattner Camerini
    Mônica Blattner Camerini
  • 19 de fev. de 2018
  • 2 min de leitura

Há quem se queixa de querer realizar algo que não consegue levar a cabo. Algo o trava. Como se boicotasse a si mesmo. Da arquibancada vê a vida passando sem usufruir dela pois tudo o que consegue ver a partir dessa posição é seu entrave e auto-piedade, enquanto a vida se exibe no palco.

Freud diz que quando essa pulsão de realização de algo é tão grande, o indivíduo pode entender – inconscientemente – que essa força pode ser aniquiladora, tão potente que poderá liquidar seu próprio ser.

Usando uma metáfora, imagine que há uma torta deliciosa. E um desejo de comê-la. Se essa pulsão for muito forte, o indivíduo teme, inconscientemente, devorar a torta inteira tão vorazmente que, perdendo o controle, poderia devorar a si mesmo. Esse medo o paralisa. Frente à torta de seus sonhos, prefere não vê-la ali e ficar bem na fita. Torta, que torta?

Esse é um exemplo banal, mas torna-se um mecanismo utilizado em diversas situações. O indivíduo não vê o que está na sua frente a ser realizado. Paralisa. Sua vida não tem ação. Fica estagnada.

Para sair dessa prisão auto imposta é necessário que se desprenda da roupa de prisioneiro, que encontre – e banque! – outra roupagem.

O problema é que essa nova roupagem não está escrita. É criativa. Trata-se de encontrar uma nova instância de identificação para se ancorar. Assumir a fome, bancar o olhar social, não corresponder a todas as expectativas. Responsabilizar-se. Falo de escolhas que possam ser sustentadas no meio de campo, pelo indivíduo e coletivo.

Trata-se de sair da posição determinista da história pregressa, considerar o acaso, as mudanças - do tempo, das circunstâncias, de si mesmo - inventar soluções sem se esquecer de manter seu empenho implicado na construção dessa nova realidade.

Acima: Self, obra de Nathan Sawaya representando seu eu criativo saindo de sua figura cinzenta e sem vida.

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